A plataforma Roblox, uma das maiores do mundo no setor de games online, está no centro de uma grande polêmica após banir o YouTuber conhecido como Schlep, de 22 anos, que ganhou notoriedade ao expor supostos predadores sexuais atuando dentro do jogo.
Schlep, que se autodenomina um caçador de predadores, usava perfis falsos de crianças para atrair suspeitos e, segundo ele, chegou a colaborar com autoridades em pelo menos seis prisões relacionadas a casos de abuso infantil. Apesar da popularidade de suas ações, a empresa alegou que sua conduta representava um risco para a segurança da comunidade e enviou uma notificação formal de cease-and-desist contra o criador de conteúdo.
A Roblox justificou o banimento afirmando que Schlep encenava situações comprometedoras e não utilizava os canais oficiais de denúncia da plataforma, o que, segundo a companhia, poderia colocar em risco tanto usuários quanto investigações reais.
A decisão, porém, gerou forte reação entre jogadores, criadores de conteúdo e parte do público, que acusam a empresa de tentar silenciar alguém que estaria ajudando a proteger menores de idade. A hashtag #FreeSchleprapidamente viralizou nas redes sociais, enquanto influenciadores anunciaram boicotes e até mesmo o abandono de programas oficiais de parceria com a plataforma em protesto à medida.
A repercussão também chegou ao campo político. O deputado norte-americano Ro Khanna apoiou iniciativas que pedem maior transparência da Roblox em relação às suas políticas de segurança infantil, e uma petição online exigindo mudanças já ultrapassou a marca de 100 mil assinaturas. Paralelamente, investidores também sentiram o impacto da controvérsia: após o caso vir à tona, as ações da empresa sofreram queda de mais de 10%, evidenciando o desgaste da imagem da companhia diante da opinião pública e do mercado.
O episódio levanta uma discussão delicada sobre os limites entre o vigilantismo digital e a responsabilidade das plataformas em proteger seus usuários. Enquanto parte da comunidade enxerga Schlep como um aliado na luta contra predadores online, a Roblox insiste que a segurança de crianças e adolescentes deve ser conduzida por meio de protocolos oficiais e autoridades competentes.
O caso permanece em aberto, mas já deixou claro que a relação entre empresas de tecnologia, criadores de conteúdo e a proteção infantil precisa ser repensada de forma urgente.