Vanessa da Mata comenta sobre IA e direitos autorais

A cantora e compositora Vanessa da Mata participou do Roda Viva, um dos programas de entrevista mais tradicionais da televisão brasileira. Durante a conversa, a artista abordou diversos temas, incluindo a relação da inteligência artificial com a legislação de direitos autorais.

O diretor de conteúdo da Rolling Stone Brasil, Ademir Correa, questionou Vanessa sobre como ela enxerga essa questão. A cantora expressou preocupação e afirmou que:

“a nova geração não pede autorização para cantar uma música sua”.

Vanessa compartilhou um episódio recente envolvendo o uso não autorizado de um trecho de sua música Orgulho e Nada Mais, que foi alterado para incluir versos misóginos.

“A pessoa pegou isso e botou num lugar completamente fora de contexto, dizendo ‘Ah, mas você se apaixonou porque você quis, você é uma cachorra…’”, relatou, destacando a mudança do significado original da música.

Ela também falou sobre o impacto da misoginia na letra e a ideia de que a arte não pertence exclusivamente ao artista.

“Estava me xingando de tudo, porque era eu, né? Estava ali, eu com ele, interagindo. Então era eu”, explicou Vanessa, refletindo sobre o uso de sua obra fora de seu contexto original.

Se por um lado a cantora se frustrou com o uso não autorizado de suas músicas, uma regravação a surpreendeu positivamente. João Gomes, cantor de piseiro, lançou uma releitura de Amado, um dos maiores sucessos da carreira de Vanessa, antes mesmo de obter sua autorização. Vanessa revelou que, ao ouvir a música pela primeira vez, pensou que ele fosse muito mais velho, devido ao timbre grave de sua voz.

“Quando eu ouvi, pensei ‘nossa, esse homem deve ter uns 80 anos’ com essa voz”, comentou.

Mais tarde, os dois lançaram uma versão conjunta das músicas Só Você e Eu/Amado, além de uma regravação de Comentário a Respeito de John, de Belchior.